Nove anos depois de se afastar da vida política ativa e já bastante fragilizado fisicamente, o ex-Presidente da Câmara Ápio Assunção faleceu a 9 de dezembro de 2018, aos 71 anos.
De humilde cidadão, impoluto chefe de família, dedicado operário fabril que foi, profissionalmente Ápio subiu a vida a pulso até assumir cargos de grande responsabilidade numa empresa internacional.
A par, sempre conseguiu encontrar tempo para uma preenchida participação cívica. Foi membro ativo das organizações paroquiais, dedicado dirigente do Futebol Clube Pinheirense, do Centro Social Paroquial, da banda de música da sua terra e dinamizador da federação distrital de bandas de música.
Com o mesmo sentido de serviço, entrou na política pouco depois do 25 de abril, fez vários mandatos na Junta de Freguesia, passou daí a vice-presidente da Câmara Municipal e, no mandato seguinte, a presidente, onde cumpriu dois mandatos.
Durante a sua vida, nada fez para promoção pessoal e, quando aposentado e afastado da política, foi visível o esquecimento em que passou os últimos anos na sua casa humilde do Curval, em companhia da esposa.
Visitámo-lo algumas vezes, cada um por si, tal como alguns amigos. Em conversas entre nós foi germinando a ideia de organizar uma homenagem de gratidão que o surpreendesse em vida. Ainda chegámos a pôr os pés ao caminho mas, perante a doença galopante e a fragilidade do seu coração para resistir a emoções, ao contactarmos a família, fomos desaconselhados dessa realização por indicação médica.
Ficou, porém, a vontade de recordar a indiscutível obra que legou aos vindouros e que a história há de consagrar.
A concretização desse desiderato, já a título póstumo, havia de acontecer com o surgimento da página “A Mão Visível de Ápio Assunção” no Facebook. Com ela, ao longo de oito meses, foram publicados pequenos textos, testemunhos e imagens, dando a conhecer a vida e a obra material e imaterial do Homem e do Autarca.
A culminar o conjunto de publicações, a 27 de julho, dia do nascimento de Ápio Assunção, perante muitos oliveirenses que, apesar das limitações da pandemia, se quiseram associar, foi descerrada uma peça escultórica de Paulo Neves a imortalizar na sua terra a Marca do Homem.
E para que a homenagem fique perpetuada numa das suas obras mais emblemáticas, fizemos uma proposta à Câmara e à Assembleia Municipal para a atribuição do nome de Ápio Assunção ao Arquivo Municipal.
Por fim e para memória futura, surge este livro que recolhe e ilustra as publicações feitas. Através dele queremos manifestar o nosso reconhecimento a todos os Oliveirenses que se associaram a nós neste preito de gratidão.
Os autores
Albino Martins | Antonio Rosa | Paulo Oliveira